No mês atual, a Terra Indígena Guarani Mbya, localizada no bairro de Jaraguá, na zona norte de São Paulo, inaugurou um novo espaço dedicado à preservação das tradições e culturas do povo indígena. O Centro de Convivência Intergeracional, conhecido como Estrela do Amanhã, foi aberto para atender os sete grupos que residem no local, provenientes das aldeias Tekoa Ytu, Tekoa Pyau, Itakupé, Yvy Porã, Ita Endy, Itáwera e Ytu.
A abertura do CCInter coincidiu com o Dia Nacional dos Povos Indígenas, celebrado recentemente. A iniciativa da Prefeitura de São Paulo tem como propósito proporcionar um ambiente onde a comunidade indígena da cidade possa transmitir e preservar sua rica herança cultural.
Este novo centro oferece uma variedade de atividades socioeducativas, programas esportivos, cívicos e de convivência, além de fornecer suporte social preventivo em situações de risco e vulnerabilidade. Destaca-se como o primeiro Centro de Convivência Intergeracional voltado exclusivamente para a população indígena na região.
Exploração de Ouro na Terra Indígena Guarani Mbya
A Terra Indígena Guarani Mbya, considerada a menor do Brasil, guarda em sua história a primeira mina de ouro da época colonial do país. Após estudos conduzidos por geólogos e arqueólogos do Centro de Arqueologia de São Paulo, foram encontradas evidências da exploração de ouro no território indígena.
A atividade mineradora teria ocorrido durante os primeiros anos da colonização portuguesa, no século XVI, representando a descoberta mais antiga desse tipo no Brasil. Os vestígios identificados na região apontam para a exploração do ouro, liderada pelo bandeirante Brás Cubas e utilizando mão de obra de indígenas escravizados. O pico do Jaraguá teria abrigado essa histórica mina de ouro, com registros de extração do metal após a fundação de São Vicente em 1532.
Preservação Arqueológica e Tombamento das Áreas
Apesar da urbanização ter apagado grande parte dos vestígios da mineração, os arqueólogos conseguiram identificar quatro locais onde ocorria a extração e processamento do ouro pelos indígenas. Essas áreas foram oficialmente tombadas pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental de São Paulo em 2013 e atualmente não apresentam viabilidade econômica para novas atividades de mineração.
A preservação arqueológica desses sítios está intrinsecamente ligada à presença contínua dos povos indígenas na região. Parte das áreas onde as minas foram descobertas faz parte da Terra Indígena Jaraguá, demarcada em 1987 e posteriormente ampliada em 2015. Anteriormente considerada a menor terra indígena do país, a demarcação inicial de 1,7 hectares foi expandida para abranger uma área maior.
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