Polícia investiga morte de indígena de 15 anos atropelado em viaduto e família é avisada uma semana depois do acidente em São Paulo

A Polícia Civil investiga o falecimento do jovem indígena Brayan Ribeiro da Silva, de 15 anos, que foi atropelado em um viaduto na Rodovia dos Bandeirantes, localizado em Perus, na Zona Norte da cidade de São Paulo.

A família do adolescente, residente na comunidade Guarani, situada no Pico do Jaraguá, só tomou conhecimento do ocorrido uma semana após o trágico acidente.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, o atropelamento aconteceu em 12 de agosto no referido viaduto. O motorista afirmou que estava conduzindo seu veículo quando sentiu um impacto e constatou que havia atropelado o jovem.

Após o incidente, o condutor permaneceu no local e acionou a polícia. Ele realizou o teste do bafômetro, que resultou negativo, e foi liberado após prestar depoimento. O caso foi registrado como homicídio culposo, uma vez que não houve intenção de causar a morte.

A notícia do falecimento abalou a comunidade em que Brayan residia. Sua irmã, Neusa Poty, mencionou que o jovem costumava circular entre as aldeias, por isso a ausência dele não levantou suspeitas imediatas.

O corpo de Brayan permaneceu no Instituto Médico Legal por uma semana sem que seus familiares fossem informados, conforme relatado por Neusa.

Neusa expressou sua indignação com a falta de comunicação sobre a descoberta do corpo do irmão, questionando por que as comunidades não indígenas não informaram seus parentes sobre o ocorrido.

O sepultamento de Brayan ocorreu no domingo (20) na aldeia Krukutu, localizada no extremo sul da capital. A família declarou que acompanhará as investigações para esclarecer os detalhes da morte do adolescente.

O Ministério dos Povos Indígenas se manifestou nas redes sociais, afirmando que buscará a abertura de um inquérito para investigar o ocorrido e responsabilizar os envolvidos. Além disso, expressaram solidariedade à família durante esse momento difícil.

A liderança tradicional Guarani, Araju Ara Poty, enalteceu Brayan como um jovem engajado em diversas atividades, descrevendo-o como um guerreiro e uma presença valorosa na comunidade.

A reportagem procurou a SSP para questionar o atraso na notificação da família sobre a morte do adolescente, porém não obteve resposta até o momento.





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